Pequenas...


Não sabia que as cores eram estrelas... D'Alvas pequenas pétalas!
Nem rodas...Nem danças...
Eu pensei  que as saias seriam verdes... Esperança!
Perco-me, nas calçadas... Eram ruas?... Não. Viraram muralhas.
E eu? Escrevo à luz da grama... Do limo que escorrego para voltar a ser criança.
Bem-me-queres! 


Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback

Ipomea


Acordo cedo,
abro os olhos,
bebo da água da chuva.
Voce?
Dorme ainda.
Dorme enquanto já vejo o dia.
Revencio o sol, fecho os olhos e me recolho.
Ainda é dia.
Você?
Acorda.
Passa por mim e nem me vê.



Texto e Imagem: Josué Rodrigues Gomes 

Iluminados

 
Iluminados

Posso correr os dedos pelas luzes que trazes em teus olhos...
Viro floco...Viro o manso sonhar em nuvens cor-de-rosa.
Sopro os passos mais doces... No caminho que cercamos.
A imagem guardada em pestanas de um só dia...
O verde encontro do cuidado e da magia.
Natureza... Arte!
Um belo arranjo de flores para iluminar todos os vossos dias...
Nossa contribuição para fazer desse mundo... Um presente encantado.

Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback

Insistente

 
Insistente...

Agarro-me aos poros do muro desgastado... Cal e fendas... Transformo-me em rendas.
Insistente, arranco os olhares mais doces... Sem saída, entrego-me as esquinas de mim.
Sou o virar das pálpebras... O rasgo que me abriga e não me maltrata.
Faço parte do que componho... Componho os detalhes de quem me fotografa.
Insistente... Força que emana em levantar tijolos... Construir e reconstruir. Agarro-me... Abraço-me!
Levante os olhos para o Amor mais doce.

17:35

Cercada de flores

 
Cercada de flores

Cerca... Viva!
Morrem os dias... Falta-nos a companhia dos mourões em dinastia... Guias.
Cercada de flores, alimenta-se do caminho estendido... Se deixarem, percorrerá os sonhos. Sonho!
Olhem para as pegadas das cores... Cercados de todos os tamanhos. Milagre de mãos dadas.
Dobrem as esquinas de pedra, mas não derrubem a trama das hastes... Retorcida Arte!

17:23

Pare...

 
Pare...

Olhe para os quatro contos do mundo... Cuidado...Não ultrapasse as linhas tênues da face.
Meu recado... Nas esquinas.
Em flor de ouro que me embala, posso coroar as noites, os dias.
Siga em torno, em alturas... Em Berço e laços.
Canto, à voz pequena, Lindo gosto por parar o tempo.
Digo espere... Pare!
17:13



Somos muitos

 
Somos Muitos...


Espalhados e soltos... Temos o mesmo gosto.
Se juntinhos, protegidos... Se cansados, passadiço... 
Encontramos o cuidado...
Nessa via, endereço.


Somos muitos. É verdade! Invadimos o asfalto... Somos, unidos, humanidade.
Um tapete amarelo... Um punhado de capricho... Nossos pequenos e adorados passos.
Dourados passos.
Se, aqui, sementes e ondas, estaríamos em mar aberto. Pequeninos sinos a encantar com gestos nobres.


Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback

22:37

Juntinhos em meio à multidão

 
A valsa... A dança dos sinos... O cirandar das folhas caídas...
Passos apressados, diante do que existe de mais bonito... O encontro marcado.
As flores encantam... Ditam versos... Rasgam planos.
Iluminam o rosto de quem ama... Sempre o ideal presente... O crescimento em dourado.
Juntinhos em meio à imensidão agarram-se à memória... O diferente precipta-se... Aparece em centro rodeado... Desenho salpicado.
Os olhos pisam o asfalto aquecido... Talvez nem sejam notados... 
O tempo serpenteia as massas e a valsa continua no salão da estrada.

Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback




Se essa rua fosse minha...

 
Se essa rua fosse minha...

Eu mandava ladrilhar com as flores mais bonitas para o Amor passar. 
Sempre juntos, forasteiros... O olhar e o endereço.
 No asfalto, sempre pisam... Sempre nutrem o que é canteiro.
E se o homem olhasse menos para o que o condiciona... 
Seu legado, jardineiro e, o Amor teria em conchas.
Olho o verde gosto dos sinos... Dos copinhos de Ipê.
Vejo luas...Vejo cirandas de um tapete colorido... E tem gente que vê apenas lixo.
 Se essa rua fosse nossa, o olhar seria atento... Cada ano, um caleidoscópio de sentidos.

Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback




 
Rendas

Rendo-me ao vasto caminho... Deslizo pelas imagens que vejo... Um adereço.
À noiva que firme me alinha... Aos pequenos sorrisos que deito.
Peço que em bilro me lances... Que desenhes outro destino mais doce... 
Algodão de pétalas pequenas... Flor de aço, a cada instante.
Passeio pelo asfalto... Sou a renda que ronda ao enfeitar os sonhos de criança.


Imagem: Josué Rodrigues Gomes 
Texto: Nadia Rockenback

 
Arrasto-me

Passeio pelo chão onde pisas... Arrasto-me pelas frestas que me abrigam.
Permeio em tua passarela... Sou uma aquarela que devaneia em ramos multicores.
Beijo teus passos... Enrosco-me em teus pés. Aguapés de asfalto.
Viro um tapete de miúdas folhas... Um etinerário de contas coloridas.
Caminhas em minhas veias... Arrasto-me em tua direção... Danço nas pedras que plantas... Rasgo-nas em teu coração.

Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback
 
Névoa

Perco-me entre o que vejo e digo... Nos cílios dos teus olhos.
Meus contornos... Nossas ruas... O ramificar das ideias... Das metas.
Percorro as vidraças... As palmas que enxugam a face.
Parte de mim é vista... Avisto os teus passos ao longe... Visto-me de lua... Viro bruma, nas calçadas que a imagem avista... 
Vestígio do dia... Magia e arte... Uma pintura de gotículas brinca na moldura da fotografia.

Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback

o sopro

 
O sopro

Sopro e meio... Soprado eu inteiro.
Voo rasante pelas solas... Pelos caminhos nos quais eu me faço alheio.
Ando pelos sopros... Ora passeio com o vento... Semeio. Meio de transporte das esquinas nas quais passeio.
 Percorro as linhas do ar em movimento... Sou a neve que cai em pó... Pólen.
Ainda brinco com as crianças que me rodeiam... Lembranças de um dia... A desmitificar a forma fixa de olhar a vida.


Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback

Espiando a vida

 
Espiando a vida

Apareci!.. Minhas pétalas perdidas... Bem-me-quer... Mal-me-quer?
Um dual comprometimento... Um iluminar beirando à rua... Espiando o que esqueces.
Debruçada, eu ouço tudo... Ouço a vida; teu resmungo... Seco, em pele... Broto, ao amanhecer.
O dourado testemunho... De que a vida recomeça como um sorriso...
Boleada pelo vento... Da semente, sou rascunho.


Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback


Gostos

 
Gostos...

Sai, na saliva tua, o néctar que me acompanha...
Declino-me além da estrada... Voo rasante, contigo.
Fixo, no caminho de quem passa... Alguns murmúrios... Alguns sorrisos e dedos que apontam...
O ouro debulhado na primeira esquina que os calçados arrastam...
Um brilho intenso... Uma sintonia que brota... Tu, sobre as minhas  raízes fixas... Eu, de carona, nas tuas patas.


Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback

Solitários

Pensamentos levados quais sementes pelo vento,
vagam livres ideias nos cantos da memória.
Sob intempéries navego o mar do tempo
que alterna dias frios, sol, chuva fina e teu olhar,
que mal me vê.
Teria flores azuis da cor do céu de inverno?
Passaria em azul pelo olhar de quem vê de baixo.
Teria flores vermelhas então!
Chamaria por demais tua atenção?
O que todos querem nesse mundo quase seco...
Um olhar de carinho... Um pouco de dedicação.
Seja como for, tudo inclui uma forma de ação...
...Enfim, alguém por aqui passou e me viu.

Texto e imagem:  Josué Rodrigues Gomes

Psiu!

 
Psiu!
Agarro-me às paredes... Voo alto... Deixo o asfalto.
Prefiro os céus... As cores mais próximas do azul... Arranho a pintura.
Sementeio e adorno o foco que não olhas...
Preciso de ar...  
Danço, ao sabor do vento... Faço sombra e mergulho na noite que me esconde.
Plantei-me na encosta... Encostada fico...
Esperando a proximidade, quando eu retornar ao solo no qual pisas.

Imagem: Josué Rodrigues Gomes
Texto: Nadia Rockenback

Equilíbrio

 
 Equilíbrio

Lançadas aos quatro cantos, minhas flores...Meus encantos.
Sorteados flocos de neve... Pipocas em tons de rosa.
Mostro-me ao olhar de quem passa... Amostras de pétalas pequeninas, em sombra destacadas.
Alguns laços de folhas para fechar o floco... O deslizar na calçada que te destaco aos olhos.
Passeio, sem sair do chão... Quando me carregas em tuas palmas.
Luz e sombras... Equilíbrio que me mostra.

Texto: Nadia Rockenback
Imagem: Josué Rodrigues Gomes

Sopro

 
Sopro

Pérolas soltas... Algumas gotas que lançam aos teus olhos.
Pareço frágil... Soprada pelo vento, fixo os meus pés no asfalto.
A rua esbarra em minhas lâminas... Avisto passos... Carros... Risos de crianças.
Minha vida registra a tua... Olha onde pisas... São minhas tranças amarradas as tuas memórias... Lembranças.

Texto: Nadia Rockenback
Imagem: Josué Rodrigues Gomes


Aqui, estou!

 
Aqui, estou!

Apareço... Crio-me!... Sou o vértice que brota nessa estrada.
Asfalto fixo... Rígido caminho... Mas, eu brilho.
Espio, de mansinho, o que lhe parece invisível.
Um sorriso que brota de mim... Algumas pétalas que enfeitam o teu andar.
Olha-me...


Texto: Nadia Rockenback 
Imagem: Josué Rodrigues Gomes